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Sobre a dificuldade de ser mulher nesses tempos (sombrios), por Bruna Maia

Foto do escritor: Thaiane MachadoThaiane Machado

Com todas as mudanças e direitos que lutamos para ter nos últimos tempos, as mulheres vivem uma crise existencial eterna. Bruna Maia, com "Parece que Piorou", nos ajudou muito a pensar sobre isso. Por Thaiane Machado

[foto oficial: Renata, Camila, Cind , Thai, Adriana, Ju e Karolinne]


A pergunta que fica sempre nas nossas cabeças é se quando nossas almas reencarnar para esse planeta vamos continuar querendo ser mulher. Brincadeiras à parte, essa nossa existência é coberta de tantas questões que justificam, com razão, o quanto somos seres complexos. Até Rita Lee já contou essa pedra quando disse "Sexo frágil/ Não foge à luta/ E nem só de cama/ Vive a mulher".

Foi sobre isso e muito mais o nosso oitavo encontro do ano de 2022, com reflexões impulsionadas por "Parece que Piorou - Crônicas do Cansaço Existencial". Com tirinhas que deixariam qualquer cartunista de cabelo em pé, Bruna consegue unir a sua simplicidade nos traços a um texto ácido, sarcástico e cheios de humor. Muitas de nós "rimos de nervosa" sobre o quanto as situações retratadas são a representação fiel da nossas vidas reais.

Onde você esteve nos últimos dias? Recolhida, elaborando em detalhes estratégias mirabolantes para lidar com um problema que se resolveu sozinho. - BRUNA MAIA

Algumas imagens retirada do livro "Parece que Piorou", de Bruna Maia.

O livro fala sobre tudo que cerca ser mulher hoje nesse mundo. Fala, principalmente, da incapacidade dos homens em reconhecer que somos seres muito maiores do que eles pensam, em todos os sentidos: vida, profissão, sexo, prazer, relacionamentos. Bruna, também, nos mostra como as redes sociais nos deixam ainda mais vulneráveis sobre nossa autoestima e na prática de alguns discursos que acabam sendo incorporado e potencializam as nossas crises existenciais. #FreeBody, #Gratidão, #AutoCuidado #CorpoDeVerão, #RepresentatividadeImporta, #BlackLivesMatter...enfim, uma série de hashtags que passam a ocupar cada lugarzinho do nosso cérebro, constantemente em alerta. "Parece Que Piorou" retrata essa mulher contemporânea que, diante de muitas lutas e conquistas, precisa manter, seja como for, a capacidade de dar conta de tudo - ainda que seja sozinha. Só alguns exemplos: >> Não sabemos o que é isso: "Uma das principais características do homem, a qual é muito diferente do perfil da mulher, é que ele possui uma facilidade de desligamento do mundo"(fonte). >> Não temos problemas com isso: "Muitos homens evitam relacionamentos sólidos enganando a si mesmos e a seus amigos e familiares com os seus comportamentos de 'solteiro'" (fonte). >> Procuramos as amigas para abrir e discutir os nossos sentimentos: "Quando adulto, sabe que o recurso de chorar e se acomodar no colo da mãe não é mais aceitável. Chegar para um amigo e dizer “tô mal pra cacete” é cenário para raras amizades" (fonte). Bruna desenha a "gentrificação" de personagens que estão no nosso lado todos os dias, assim como o "Paniquito" que está sempre nossos ouvido nos levando das "águas profundas da depressão" ao "lago paradisíaco dos excessos autodestrutivos" (Tati Bernardi, em sua crítica sobre o livros). Acho que no final temos uma conclusão: ser mulher é cansativo. Esquisito. Um luxo.

Que tal terminar essa leitura com Rita Lee de novo? "Pagu", cantada por Maria Rita.

Foi lindo o nosso encontro!!



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